Sergio Rodrigues, arquiteto e designer, é um daqueles brasileiros que podemos chamar de imortal. “Ele está para o design de móveis assim como Oscar Niemeyer está para a arquitetura e Lucio Costa para o urbanismo”, afirma o jornalista e escritor Zuenir Ventura. Esse carioca, para além dos projetos arquitetônicos, voltou todo o seu olhar para o interior das casas, apartamentos e espaços de convivência. Desenhou mobiliário para o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto, o Museu do Juscelino Kubitschek.

Desenhava muito, inclusive, a pedido de Oscar Niemeyer. Sérgio sempre projetou móveis com muita personalidade. Há aqueles com características mais masculinas, outras peças mais femininas; peças formais, informais… Ele conseguia conferir vida às peças.

Junto com Joaquim Tenreiro e José Zanine Caldas, foi o pioneiro a transformar o design Brasileiro em design industrial e torná-lo conhecido mundialmente. Pode-se dizer que foi mais do que o criador do mobiliário moderno brasileiro, ele foi aquele que possibilitou a criação deste mobiliário que mescla artesanal e industrial, em curvas e/ou retas, proporcionando prazer estético e sensorial aos que partilham de alguma experiência com suas peças.

Tinha uma compreensão muito mais ampla do conceito de viver. Para ele, “arquitetura não é só a casca, isso daí eu vim aprender depois. Arquitetura tem que ser uma coisa completa, com os equipamentos do interior, inclusive. Eu falei uma vez a Lucio Costa: casa, que não tem um estudo do interior, eu chamaria de estrutura. Um ambiente deste vazio é uma estrutura”, afirmou em vida.

Curioso que a Poltrona Mole, uma das mais emblemáticas peças de Sergio, ficou um ano exposta na Oca, loja dele, sem nenhum comprador. A poltrona foi uma encomenda do fotógrafo Oto Stupakoff, que queria um sofá “preguiçoso” para o seu estúdio. E como foi que Sergio se tornou o brasileiro mais conhecido mundialmente no design de mobiliário, cuja Poltrona Mole segue exposta no MoMa (Museum of Modern Art), em Nova Iorque?

Segundo ele, “a arquitetura brasileira era super valorizada no estrangeiro. Aí eu resolvi dizer: e o mobiliário? E o mobiliário dessa coisa toda? A arquitetura tudo bem, mas o mobiliário? Não tinha na época alguma coisa que representasse o Brasil nesse sentido, e aí eu resolvi mergulhar nesse assunto, porque é a minha paixão… Madeira, móvel…”. Assim, em mais de 50 anos de carreira, desenhou, projetou e executou mobiliário de interiores clássicos, que são replicados em diversos projetos contemporâneos até hoje em dia.

 

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