Calu Fontes é formada em arquitetura, mas o hobby de confeccionar peças em cerâmicas com desenhos acabou virando profissão, e a arquitetura cedeu, gentilmente, lugar para a arte multirreferencial e colorida de suas peças que caíram no gosto de gente como Joyce Pascowitch, por exemplo. Nos aniversários de amigos e parentes, ela costumava produzir, artesanalmente, pratos e xícaras para presenteá-los. Essa era uma forma de manter ativa duas de suas paixões, quais sejam o desenho e a cerâmica. Até que começaram a surgir as primeiras encomendas e o negócio seguiu adiante, e, em 2002, ela inaugurou o seu primeiro ateliê.
Calu é uma paulistana super simpática e sofisticada. O seu trabalho não fica para trás: as peças são extremamente delicadas, têm uma pegada feminina, ao mesmo tempo é que são super sofisticadas, têm algo de regional, de acolhedor. As peças têm grafismos que misturam motivos da natureza com mandalas, orixás e imagens das artes clássicas, por exemplo. E esse caleidoscópio imagético vem colorindo vasos, azulejos, painéis, pias, pratos, copos. Chegou a colorir, também, uma coleção de sapatilhas da marca Anacapri, do grupo Arezzo. A artista confessa desejo de lançar uma linha de tecidos. Cada peça é confeccionada sobrepondo pinturas à mão e decalques. Calu tem o elegante hábito de, durante a criação, admirar as plantas e ouvir uma música – e aí, talvez, esteja o motivo de tanta beleza em seu trabalho.