Florian Raiss é um desenhista, pintor e escultor nascido no Rio de Janeiro, em 1955. Este artista tem muitas de suas obras clássicas em diversos projetos contemporâneos de interiores, sempre conferindo elegância, sofisticação e alguma inquietação através de sua arte. O Quadrúpede, por exemplo, é uma de suas criações. O artista carioca estudou na Academia de Belas Artes de Florença, Itália, entre 1973 e 1974. Neste mesmo ano, ingressou na Academia de Belas Artes de Roma, onde permanece até 1975. Muda-se para o México, onde estuda desenho, entre 1975 e 1977, com Gilberto Aceves Navarro, na Universidade Nacional Autônoma do México, na Cidade do México.

Realizou diversas mostras individuais em São Paulo. Participa de exposições coletivas no Brasil e no exterior (Alemanha, Suécia, Venezuela, Holanda, Portugal e Estados Unidos), com destaque para as mostras MAM na OCA, Arte Brasileira do Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM/SP, em 2006 e Modernos, Pós-Modernos, 80/90, em 2007, no Instituto Tomie Ohtake, também em São Paulo. Raiss ingressa nas artes através do desenho, para em seguida ganhar o espaço: “o desenho me levou à escultura, que surgiu como uma necessidade, como uma vontade de materializar figuras que eu tinha em mente.” Para seus trabalhos tridimensionais, Raiss lança mão de diversos materiais, como bronze, argila policromada e baixo esmalte. Tanto no desenho quanto na escultura, estão presentes os homens quadrúpedes, a temática erótica, a figuração inscrita numa certa atmosfera fantástica ou bizarra.

A historiadora da arte Aracy Amaral aponta um realismo doce, de clima insinuantemente perverso, nos personagens monstruosos de Florian Raiss. O curador Emanoel Araújo, por sua vez, enxerga nessas mesmas personagens animalescas sugestões do homem e dos seus desejos mais profundos e obscuros. Já o crítico Fernando Oliva identifica na obra de Raiss um dos assuntos por excelência da escultura barroca: o embate civilização versus natureza. E, ainda, a imposição da cultura versus a resistência do primitivo; a disputa entre a necessidade de contenção, de um lado, e o desejo animal e incontrolável, de outro.

A produção de Raiss é marcada pela possibilidade do surgimento inesperado do fantástico, na qual é impossível isolar tanto o real do imaginário, quanto o passado do presente. Disso decorrem não somente os seres fantásticos, mas também a evocação da arte grega em desenhos e peças feitas com baixo esmalte.

Fonte (adaptada): Escritório de Arte.com.

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